O evento encerrado no sábado teve ações em diversos pontos da cidade, como o Centro de Eventos e o Museu do Trem
Debates sobre política, meio ambiente e cultura, além de variada agenda de shows, atraíram cerca de 7 mil pessoas de diversos países a São Leopoldo durante os quatro dias de atividades do Fórum Social Temático.
O novo Centro de Eventos foi palco da maior parte dos encontros, onde se discutiram o conflito armado na Colômbia, água e meio ambiente, produção cultural e desenvolvimento, realizaram oficinas de vídeo com o rapper Vrass 77, mostras de hip hop e a maior parte dos shows. A faculdade EST e o museu do trem também receberam atividades como as oficinas de patrimônio, que ocorreram todos os dias de FST, e de dança de salão, ministradas na quinta e na sexta.
A sexta-feira foi de debate sobre meio ambiente e produção cultural Pela manhã, o sociólogo Boaventura de Souza Santos conduziu, na companhia de representantes do Semae, do debate “Água: mercadoria ou bem comum?”. A atividade lotou o espaço. Participaram como palestrantes também representantes de países como Espanha, Portugal, França, Argentina entre outros. Segundo Boaventura, se no século passado, a guerra era por petróleo, no século 21 será por água.
Além de discutir questões ambientais sobre o uso da água e sua importância apara a vida, a questão espiritual também foi levantada. “A água é sagrada, fundamental para a sobrevivência dos seres humanos, insubstituível e deve ser tratada como um bem fundamental. Quem controla a água, controla a vida”, salientou o sociólogo.
À tarde, a questão cultural entrou em cena. Palestrantes da Nicarágua, Uruguai e Paraguai, alem do Brasil, estiveram presentes expondo as experiências de seus países em relação à produção cultural.
Alejandro Rubbo, coordenador Uruguaio do MOVIARTE (Movimento Latinoamericano de Arte), trouxe um importante recorte sobre o Carnaval uruguaio, um dos mais extensos do mundo, que dura cerca de 40 dias de festa.
O brasileiro Célio Turino, idealizador e coordenador do projeto Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura no Governo Lula, parabenizou a diversidade cultural presente no Fórum e disse que a ideia de multiculturalismo, em que cada um vive a própria cultura, aqui no Brasil é diferente, é uma mistura rica de culturas.
A professora da rede municipal de ensino, Maria Teresinha Bach, esteve em ambas as atividades e disse estar muito contente com o Fórum em São Leopoldo. “Acredito que estamos preparando o Fórum de 2013, sempre pensando na integração dos povos em uma consciência mais humana”, afirmou Maria Teresinha.
Além das atividades culturais, no Centro de Eventos, estandes da Economia Solidária disponibilizaram alimentos, bebidas e peças de artesanato ao público do evento.
No sábado houve Feira de Trocas e brique no Museu do Trem. A população pode faze trocas desde roupas e objetos até verduras. À tarde o Festival Internacional de Cultura Livre (FIC Livre) contou com apresentações de teatro de rua, apresentações de circo e dança no local. O Canto dos Povos encerrou as atividades no Centro de Eventos. Diversos músicos do Brasil, Paraguai, Cuba, Argentina, Equador, Uruguai e da Nicarágua mostraram um pouco de sua cultura no palco montado no centro de eventos. Ao final, os artistas compuseram uma música em conjunto em homenagem a integração da América Latina.
O músico leopoldense Marcos Vinícius participou das oficinas de vídeo e marcou presença em diversos shows durante o evento. Segundo o jovem, o Fórum possibilitou o acesso a importantes questões, sobre as quais não discutiria normalmente. “Gostei muito dos temas trazidos e das oficinas. O Fórum é muito bom para ativar a discussão”, disse.
As atividades do Fórum Social Temático fazem parte do Processo do Fórum Social Mundial e serve como etapa preparatória para a Cúpula do Povos na Rio+20, que acontece em junho no Rio de Janeiro.